segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Discipulado por meio de metáforas

"Jesus falou todas estas coisas à multidão por parábolas. Nada lhes dizia sem usar alguma parábola, cumprindo-se, assim, o que fora dito pelo profeta: 'Abrirei Minha boca em parábolas, proclamarei coisas ocultas desde a criação do mundo'" (Mt 13:34, 35).
Apesar dos avanços tecnológicos, histórias pessoais (por meio de filmes, programas de TV, livros e revistas) ainda são a principal forma de comunicar valores. Estamos tirando vantagem disso?

Ellen G. White, Parábolas de Jesus; comentário da Lição, em cpb.com.br, no link serviços/lições/comentários

Evangelismo metafórico
"Sigam-Me, e Eu os farei pescadores de homens" – Cristo disse quando convidou Seus discípulos para se juntarem a Ele (Mt 4:19). Essas palavras pintam um quadro de como indivíduos de diferentes idades, culturas e níveis de crescimento espiritual podem se juntar ao corpo de Cristo. Também nos é solicitado que sejamos o sal da Terra e a luz do mundo (Mt 5:13-16), para que assim possamos guiar pessoas Àquele que é a própria Luz (Jo 8:12).

A história do filho pródigo que deixou o lar e desperdiçou sua herança, mas então se arrependeu e retornou para seu pai, refere-se a qualquer pecador que retornar a Deus e for perdoado (Lc 15:11-24). Há também a história do homem cego, guiando outro cego e ambos caindo num buraco. Essa ilustração retrata a falta de visão tanto espiritual quanto moral (Mt 15:1-14).

Cristo é retratado como o Cordeiro de Deus (Is 53:7; Jo 1:29). Jesus Se ofereceria para pagar pelos os pecados da humanidade, assim como os cordeiros no sistema sacrifical do santuário. Embora os discípulos não devessem ser sacrificados da mesma forma que Cristo, eles enfrentariam perseguição e outros tipos de martírio ao pregarem o evangelho (Lc 10:3).

Nos Evangelhos, Cristo utilizou ilustrações que nos ensinam lições preciosas a respeito do discipulado. As parábolas de Jesus contêm várias metáforas que nos ajudam a compreender Seu reino. Em minha opinião, algo extraordinário nas metáforas é a capacidade que elas têm de dar um novo visual a um antigo pensamento, de modo que enxerguemos "novas" verdades em realidades já conhecidas.

Como discípulos de Cristo, é importante aprendermos a usar metáforas e parábolas para conduzirmos outros ao Salvador. Fazendo assim, seremos sal da Terra e luz do mundo.
Leia 2 Samuel 12:1-7; Isaías 28:24-28; Jeremias 13:12-14 e Ezequiel 15:1-7. Como essas parábolas e alegorias ampliam nossa compreensão do relacionamento entre Deus e a humanidade? Quais objetos ou cenários utilizados por esses profetas aparecem depois nas parábolas de Cristo?

Por que contar histórias é uma forma tão poderosa de expressar a verdade? Quais são suas histórias favoritas, e por que você gosta delas? Comente com a classe.

A prudência do Mestre
A vida de Jesus foi impactada pela confusão espiritual e pela incerteza política dos tempos em que Ele viveu. Antes de Seu nascimento, Seus pais terrestres tiveram que escapar para Belém para garantir Sua segurança. Isaías e outros profetas predisseram as conspirações que haveria para questionar Sua divindade. Em Seu ministério, Cristo teve que Se equilibrar cuidadosamente entre apresentar a mensagem e evitar Sua prisão antecipada.

Os inimigos de Jesus esperavam que Ele cometesse um erro, um deslize qualquer. Analisavam cada palavra dEle na tentativa de condená-Lo. Foi por isso que, com frequência, Ele falou por parábolas, a fim de levar a verdade a pessoas comuns. Essas apresentações também foram um cumprimento da profecia (Sl 78:1-4; Mt 13:34, 35). Era importante para Ele comunicar-Se por parábolas, para que assim Seus inimigos não atrapalhassem a disseminação do evangelho. "A condição do coração do povo tornou necessário a Cristo o uso de parábolas. (A parábola é uma história em que algo familiar explica algo não familiar.) Cristo citou Isaías 6:9-10 para explicar porque Ele estava usando parábolas: o coração, ouvidos e olhos do povo tinham se tornado insensíveis, endurecidos e cegos. Ao usar parábolas, Ele estava estimulando a curiosidade dos ouvintes. [...] Mas Ele também estava escondendo dos rebeldes a verdade [...] As parábolas não impediam as pessoas de aprenderem a verdade; ao contrário, as parábolas estimulavam seu interesse e as encorajavam a aprender."*
As parábolas de Jesus mostravam que todos podem ter acesso à salvação, pois as pessoas de vários níveis educacionais podiam compreender as simples verdades que essas histórias expressavam. Assim, ninguém poderia alegar ignorância em relação à salvação. Nem a falta de vontade de ouvir o evangelho impedirá as pessoas de ouvi-­lo.

Ninguém pode escapar do alcance da graça de Deus.

* Warren W. Wiersbe, Expository Outlines on the New Testament (Colorado Springs: Cook Communications Ministries, 1992), p. 51.
Leia Mateus 7:24-27. Qual é a contribuição desses versos para nossa compreensão do discipulado cristão? Por que Jesus usou esse exemplo da natureza para ensinar uma verdade tão importante?

Ao longo da história antiga, a alfabetização foi exceção e não regra. Por isso, Jesus adaptou Suas mensagens dentro de formas que as pessoas comuns e iletradas conseguissem entender (obviamente, os ouvintes alfabetizados também poderiam compreendê-las). Deus oferece salvação a toda a humanidade. Seria surpreendente que Cristo usasse formas de comunicação que alcançassem o maior número de pessoas? A tradição oral, transmitida de geração em geração mediante histórias simples, tornou-se o meio de propagação do pensamento redentor.

Leia Lucas 14:27-33. Que lições podemos aprender com essas histórias? Como essas metáforas ajudam na compreensão do discipulado?Ilustrações que dão vida

A ordem (Mt 28:18-20). Cristo deixou a grande comissão: "Ensinem todas as nações." E Ele Se tornou o exemplo de como fazer isso. Precisamos refletir Sua imagem e usar as técnicas que Ele utilizava. A palavra grega didáskalos, traduzida como "mestre" no Novo Testamento, significa "aquele que ensina as coisas de Deus, e os deveres do homem".1 A palavra "parábola", por sua vez, vem do grego parabole, significando "comparação ou analogia".2 Jesus ensinou com parábolas e histórias para ilustrar verdades espirituais necessárias para o discipulado, a salvação, a justificação e a santificação. Essas metáforas e histórias facilitaram a compreensão aos Seus ouvintes.

A audiência (Mt 13:1-3; Jo 6:1-14). Havia uma grande multidão mista que seguia Jesus. O povo O seguia pelas diversas províncias e vilas e se juntavam às massas, aguardando para escutá-Lo ensinar e vê-Lo curar. Sua "congregação", tanto na sinagoga quanto nos campos verdejantes e à beira-mar, consistia em advogados, médicos, coletores de impostos, escribas e fariseus. As multidões também incluíam fazendeiros e pescadores, mulheres e crianças, ricos e pobres, crentes e descrentes. Jesus precisava de um método compreensível e fácil de comunicação. As parábolas serviam muito bem a esse propósito.

Muitas histórias, uma lição (Mt 13:10-17). Em Mateus 13:10-17, Jesus deu o argumento para Seu uso de parábolas. Devemos discipular as pessoas usando Seus métodos. O cenário de Seu ministério abrangeu províncias agrícolas, mares e rios. Ele contou histórias sobre um fazendeiro semeando (Mc 4:1-9), sobre ervas daninhas crescendo entre bons grãos (Mt 13:18-30, 36-43), sobre um tesouro em um campo (Mt 13:44), sobre uma semente de mostarda (Mc 4:30-32), a respeito de um pescador escolhendo peixes (Mt 13:47-50) e um homem procurando tesouro e pérolas (Mt 13:44-46). Essas parábolas eram facilmente compreendidas. Muitas delas se referiam a coisas simples do dia a dia, tais como uma mulher assando pão (Lc 13:20, 21), um homem batendo na porta de seu vizinho à noite (Lc 11:5-10) e um pai dando bons presentes a seu filho (Lc 11:11-13). "No entanto, elas lidam com os maiores temas religiosos, como o crescimento do reino de Deus, a importância da oração e o significado do amor."3

Multiplicação da aprendizagem (Mc 4:3-8, 14-22). Para discipular pessoas é preciso compreender a mensagem que Deus está dando e contar com Ele para a propagação dessa mensagem. "Ouvir, compreender e dar frutos são as três grandes evidências de um cristão genuíno. Aquele que não ouve a palavra de sabedoria não consegue compreender o que faz para sua paz. Aquele que não compreende o que o Evangelho exige que ele seja e pratique, não pode produzir fruto. E aquele que não é frutífero, muito frutífero, não pode ser um discípulo de Cristo. E aquele que não é discípulo de Cristo, não pode entrar no reino de Deus."4

É necessário, urgente e imperativo, que façamos discípulos (Mt 28:18-20). Precisamos seguir e exaltar Jesus e ajudar outros a conhecê-Lo. Precisamos estar desejosos de servir e ser imitadores de Cristo. Para que sejamos bem-sucedidos ao fazer discípulos, nossa vida precisa mostrar um constante crescimento espiritual. Precisamos estar sempre crescendo nEle, então permitir que nossa vida e pregação transformem a vida de outros (2Co 5:17).

Salvação ilustrada (Mc 4:2-20; Lc 16:19-31). Nossos ensinamentos precisam mostrar a salvação da humanidade como explicada nas seguintes parábolas: o semeador (Mc 4:2-20); a ovelha perdida (Lc 15:3-7); a moeda perdida (Lc 15:8-10) e o filho pródigo (Lc 15:11-32). A justificação pela fé é sintetizada nestas parábolas: os dois filhos (Mt 21:28-32) e a grande ceia (Lc 14:15-24). A santificação é demonstrada na parábola do homem rico e Lázaro (Lc 16:19-31).

Sal, fermento e luz (Mt 5:13-16). Os discípulos de Cristo aprenderam as lições do evangelho diretamente do Grande Mestre. Ele os enviou para disseminar o evangelho, misturando-se entre pessoas (Mc 9:50; Lc 10:1, 2; Cl 4:6). Precisamos fazer o mesmo hoje. Somos o sal da Terra, mas se o sal perder seu sabor, será inútil (Mt 5:13). Para funcionar, o fermento precisa ser misturado à massa (Mt 13:33). Da mesma forma, ao fazer discípulos, precisamos nos envolver com sua vida e em seus problemas. O sal e o fermento por si só são inúteis, mas, colocados em contato com a comida, fazem grande diferença. De idêntica maneira, os cristãos devem influenciar a vida dos que vivem longe de Deus.

Portanto, seja luz! Viva pela fé! Espalhe a Palavra! Faça discípulos! Incendeie o mundo!
1. http://www.biblestudytools.com/lexicons/greek/nas/didaskalos.html (acessado em 12 de novembro de 2012). 
2. http://dictionary.reference.com/browse/parable?s=t (acessado 
em 12 de novembro de 2012).
3. en.wikipedia.org/wiki/Parables_of_Jesus (acessado em 12 de novembro de 2012).
4. Adam Clarke, Adam Clarke's Commentary, v. 5 (New York, 1833), 
p. 129.

Pense Nisto
- Se nós realmente somos o sal da Terra, onde está a "comida" que precisamos temperar?

- Qual é a diferença entre fazer discípulos no tempo de Jesus e agora?
Leia Mateus 13:1-30. O que Jesus estava ensinando aos Seus ouvintes sobre o discipulado? Que lições os cristãos podem obter dessas metáforas?

A parábola do semeador é familiar a muitos leitores. O cenário da história era comum para uma sociedade agrária. Os ouvintes de Jesus poderiam facilmente se relacionar com esse ambiente. A conexão com o discipulado é óbvia. Essencialmente, Jesus estava desafiando Seus ouvintes a avaliar sua posição como discípulos, suas tendências materialistas, rever seu nível de perseverança, analisar seu envolvimento com o mundo e escolher o estilo de vida do resoluto discipulado.

Você compreende?
"Por isso, lhes falo por parábolas'[...] 'porque eles, vendo, não veem; e, ouvindo, não ouvem, nem compreendem' (Mt 13:13). [...] 
"Procurou [Jesus] despertar os indiferentes e lhes impressionar o coração com a verdade. O ensino por parábolas era popular e atraía o respeito e a atenção, não só dos judeus, mas também dos de outras nações. Ele não poderia haver usado método de ensino mais eficaz.
"Jesus procurava um caminho para cada coração. Usando ilustrações várias, não só expunha a verdade em Seus diversos aspectos, mas apelava também para os diferentes ouvintes. Despertava-lhes o interesse pelos quadros tirados do ambiente de sua vida diária. Ninguém que escutasse o Salvador podia sentir-se negligenciado nem esquecido. O mais humilde e pecador ouvia em Seus ensinos uma voz falar-lhe com simpatia e ternura". Cristo usou a "natureza e experiências da vida" para dar-lhes nova revelação da verdade de Deus.

"Era Cristo que dirigia a educação de Israel.´ A respeito dos mandamentos e prescrições do Senhor, dizia: 'E as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te'" (Dt 6:7-9; Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 20-24). Assim deve ser hoje.

"Cristo disse a Nicodemos: 'O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem [...] assim é todo aquele que é nascido do Espírito" (Jo 3:8). "Será vista uma transformação no caráter, nos hábitos e atividades. Será claro e positivo o contraste entre o que foram e o que são. O caráter se revela, não por boas ou más ações ocasionais, mas pela tendência das palavras e atos costumeiros" (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 57, 58).

Muitos dirigentes não estavam preparados para enfrentar o poder da influência de Cristo sobre as multidões. Muitas de Suas parábolas continham mensagens que trabalhavam contra os líderes.

Leia Mateus 21:28-32 e Lucas 14:16-24; 20:9-19. Quais são as lições dessas parábolas? Embora as parábolas fossem frequentemente dirigidas a pessoas específicas, que princípios se aplicam a nós?

Sem dúvida, temos sido muito abençoados pelo Senhor, no entanto, é fácil esquecer as coisas que temos, considerá-las algo garantido ou até mesmo ridicularizá-las. Como os lavradores da parábola, podemos até não perceber as implicações do que estamos fazendo. No fim, a ignorância deles não os desculpou no dia do julgamento.

Pense Nisto
- Como você pode retratar Cristo por meio de metáforas modernas?

- Identifique as metáforas na Bíblia e nos ensinos de Cristo. Como elas podem ajudá-lo a exemplificar aos outros o amor de Deus?

Conte-me uma história
Os escritores tanto do Antigo quanto do Novo Testamento usaram histórias para apresentar verdades espirituais. Nosso Criador queria que aprendêssemos dessa maneira. Pelo uso de histórias, ilustrações, parábolas e metáforas, Deus apresenta lições eternas (veja Is 28; Ez 15; Mt 7:24-27; 1Co 3:10-16).

Ao participarmos na obra de discipular, devemos explorar vários recursos a fim de fixar verdades eternas na mente dos ouvintes. Precisamos perguntar a nós mesmos como podemos utilizar histórias, ilustrações e metáforas para compartilhar o evangelho com outros. Aqui vão algumas sugestões:

Torne-se familiar com as histórias, parábolas e analogias tanto do Antigo quanto do Novo Testamento. Uma vez que apreciemos e compreendamos as verdades que eles contêm, seremos capazes de compartilhá-las com as pessoas a quem testemunhamos e ajudá-las a descobrir verdades espirituais embutidas nessas histórias.

Perceba elementos nas histórias que se aplicam à sua vida e ajude outros a ver como as histórias se aplicam à situação deles também. Independentemente de idade, status, ou região, as histórias bíblicas geralmente contêm aplicações universais.
Use ilustrações do mundo natural ou da vida diária. Muitas lições podem ser aprendidas da natureza – o grande livro de Deus (depois da Bíblia). Precisamos nos tornar mais observadores de nosso ambiente natural. Na correria de nossas atividades diárias, frequentemente falhamos em observar coisas na natureza que podem nos ensinar muito.

Procure aplicações espirituais no mundo da tecnologia. Identifique algumas metáforas que estejam associadas com tecnologia. Desde a internet aos smartphones, busque ilustrações que apontem para verdades espirituais. Considere quão relevantes essas metáforas são para os jovens.

Quaisquer que sejam os recursos, a regra é: Compartilhe Jesus!
Embora não use histórias da mesma forma que Jesus usou, Paulo ainda fez considerável uso de metáforas, comparações e outros recursos criativos (Rm 7:1-6; 1Co 3:10-15; 2Co 5:1-10). Obviamente, existiam diferenças de estilo entre o discurso público de Cristo e o de Paulo, mas ambos revelaram considerável criatividade de expressão.

Outros escritores do Novo Testamento demonstram até certo ponto maior afinidade com o uso das parábolas. Tiago, irmão de Jesus, escreveu: "Suponham que na reunião de vocês entre um homem com anel de ouro" (Tg 2:2, NVI), para começar uma lição narrativa. No entanto, nem o irmão de Cristo nem qualquer outro discípulo utilizaram histórias de maneira tão extensiva quanto Cristo.

Escolha duas passagens entre os textos a seguir e identifique as metáforas em cada um deles. Quais são as mensagens contidas nesses versos? Que figuras são utilizadas para transmitir a mensagem? At 10:9-16;
Tg 3:3-12; Ap 12:7-17; 18:9-20; 19:11-16Um propósito mais alto
Cristo veio para levar pecadores ao arrependimento e à salvação. Ele chamou Seus discípulos de diversos estilos de vida para que O seguissem e se tornassem pescadores de homens (Mc 1:16, 17; 3:14-19). A luz de Deus devia brilhar por meio deles. Assim também, precisamos permitir que outros vejam Cristo em nossa vida em vez de nós mesmos (Mt 5:14-16).

A parábola dos talentos nos ensina que, como discípulos, devemos desenvolver os recursos e dons que Deus nos dá para o crescimento de Seu reino. Investir sabiamente em capital humano (pessoas salvas para a eternidade) terá um rendimento muito maior do que a bolsa de valores ou qualquer outro tipo de aplicação financeira (Ec 11:6; Sl 92:13; 107:37; Mt 13:3-8). Paulo afirmou que ele plantou, "Apolo regou, mas Deus [era] quem [fazia] crescer" (1Co 3:6).

Quando Natã confrontou o rei Davi com seu pecado de adultério com Bate-Seba, não houve dúvida de que Davi compreendeu a metáfora da ovelha (2Sm 12:1-7). Isso é demonstrado por sua resposta pronta de condenação para impor juízo imediato e punição ao autor do crime. Talvez, se Davi tivesse percebido que o profeta estava falando dele, não teria sido tão ligeiro em responder. Estamos sempre prontos para apontar o dedo para o próximo, esquecendo-nos de que, enquanto um dedo aponta para a pessoa a quem queremos condenar, quatro dedos estão apontando em nossa direção.

O que a metáfora da luz, a parábola dos talentos e a ilustração de Natã nos ensinam é que devemos aproveitar tudo que estiver ao nosso alcance para atingir com o evangelho o coração das pessoas.

Pense Nisto
Como podemos nos tornar verdadeiros discípulos de Cristo?Mãos à obra
Organize um culto pôr do sol na sexta-feira e peça que cada convidado traga um objeto de sua própria escolha – algo da natureza, um utensílio de cozinha, um sapato, uma luva, etc. Criem parábolas a partir desses itens. Evite as comparações que Jesus fez. Tentem criar ilustrações diferentes que ensinem lições espirituais.

Os discípulos e as Escrituras

"Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de Mim" (Jo 5:39).
O constante poder do ministério de Jesus não se reflete apenas no que Ele disse nem na quantidade de milagres que Ele realizou. Sua influência duradoura também é vista na vida de Seus seguidores hoje.

Leitura adicional: Mt 28:18-20; Lc 9:23-27; 2Co 4:6, 7; 1Pe 3:15

O manual do discipulado
Dietrich Bonhoeffer viveu em uma das épocas mais perigosas em seu país – a Segunda Guerra Mundial. Os nazistas, sob o regime ditatorial de Adolf Hitler, assassinaram cruelmente milhões de homens, mulheres e crianças inocentes. Enquanto muitos dos companheiros cristãos compatriotas de Bonhoeffer se comprometeram com o regime nazista, ele não. Estava preparado para morrer por Cristo e defender o que a Escritura ensina. Em seu livro The Cost of Discipleship [O Custo do Discipulado], Bonhoeffer escreveu: "Cristianismo sem discipulado é sempre cristianismo sem Cristo." Em 9 de abril de 1945, pouco antes do fim da guerra, Bonhoeffer foi enforcado pelo governo nazista.

E você? Está pronto para pagar o preço do discipulado, por amor a Cristo? Se sua resposta é "sim" (e mesmo que ela seja "não"), deixe-me apresentar a você o manual do discipulado cristão: a Bíblia!

A vida e obras de Jesus, do começo ao fim, foram fundamentadas nas Escrituras. O Novo Testamento deixa claro que Cristo e as Escrituras são inseparáveis. Portanto, conhecer a Bíblia é essencial para se ter um relacionamento com o Salvador. Sem esse conhecimento, não há como ser discípulo.

O discipulado pode ser algo complexo. Mas na Palavra de Deus encontramos a chave para compreendê-lo. Jesus orou a Deus pedindo: "Santifica-os [Seus discípulos] na verdade; a Tua palavra é a verdade. […] Em favor deles Eu Me santifico, para que também eles sejam santificados pela verdade" (Jo 17:17, 19). Jesus viveu uma vida santa para que nós também pudéssemos ser santificados. Ser discípulo, entre outras coisas, significa viver em constante e intensa ligação com Cristo – uma ligação marcada pela santidade. E essa santidade tem como fundamento a Palavra de Deus.

Leia Lucas 4:1-12 e 16-21. O que essas passagens sugerem sobre a atitude de Cristo para com a Bíblia?

A narrativa das tentações de Cristo no deserto mostra que, citando as Escrituras, Jesus repeliu todas as provocações e convites satânicos. O Mestre tinha amplo conhecimento das Escrituras e as sabia de memória. Observe, porém, que Cristo entendia que as Escrituras são mais do que apenas uma ferramenta para vencer a tentação e alcançar santidade pessoal. Jesus reconheceu que as Escrituras apontavam para Ele (cf. Lucas 4:16-30).

A arma secreta de Jesus
Jesus foi uma pessoa radical. Parece estranho dizer isso a respeito de Cristo, mas radical, nesse sentido, significa "muito diferente do comum ou tradicional".1 Cristo abalou a estrutura dos religiosos arrogantes e cheios de justiça própria. Ele questionou a interpretação deles das Escrituras e tentou ajudá-los a compreender a verdade. Isso porque Jesus realmente conhecia a Palavra de Deus e não meramente as tradições humanas.

Palavra confiável (Jo 10:34-37; 2Pe 3:11-13). A Palavra de Deus nunca muda. Ela foi revelada a nós, traduzida para nós e disponibilizada a nós – tudo em nosso favor. Ela é nosso manual para vida, nosso farol de esperança, nossa fonte de conhecimento ilimitado. É a nossa história e a promessa do nosso futuro.

Os manuscritos bíblicos mais antigos e completos ou quase completos são os Pergaminhos do Mar Morto, de meados do século 2 a.C. ao século 1 d.C. "A maioria dos pergaminhos foi descoberta em cavernas ao longo da costa ocidental do Mar Morto de 1947 a 1956. As mais famosas delas são as onze cavernas perto de Qumran, onde viveu uma comunidade que alguns estudiosos identificam como essênios, uma seita judaica conhecida por haver existido em outros lugares em Israel durante o período do segundo templo, que inclui a época de Jesus."2 A descoberta desses textos pode ser vista como uma forma de Deus reforçar a autenticidade e credibilidade de Sua Palavra.
Palavra poderosa (Is 43:1, 2; Lc 4:1-12; Ef 6:17; 1Pe 5:8-11). Jesus enfrentou cada tentação que teve, baseando-Se nas Escrituras. Por causa de Sua comunhão constante com o Pai, Ele compreendia o que era requerido dEle. A maneira pela qual Jesus lidou com as tentações de Satanás é uma lição fundamental para nós. Não podemos enfrentar Satanás por nós mesmos. Precisamos nos lembrar sempre de que temos Deus do nosso lado. Com a ajuda do Seu Santo Espírito, usemos "o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus" (Ef 6:17). Quando você estudar a Bíblia, lembre-se de que Jesus está nela, encorajando-nos, conduzindo-nos e preparando-nos para a batalha. Sozinhos, seremos derrotados. Mas com Deus, a vitória é garantida.

O que seria de nós sem a Palavra de Deus? (1Co 16:50-58; Fp 4:4-19) "Um homem não consegue diminuir a glória de Deus recusando-se a adorá-Lo, assim como um lunático não pode expulsar a luz do Sol rabiscando a palavra 'escuridão' nas paredes de sua cela."3 Isto é o que seria nossa vida como discípulos sem a Bíblia: impossível! Sem a espada da Palavra, como poderíamos conquistar pessoas para o reino de Deus? Mas a pergunta mais importante é: Será que temos realmente aceitado e vivido a Palavra de Deus?

Essas são perguntas que precisamos considerar seriamente se queremos ser discípulos de Cristo. Deus nos quer trabalhando para Ele e com Ele. Mas às vezes, somos muito teimosos e egoístas. Quão frequentemente nos esquecemos das coisas maravilhosas que aconteceram em nossa vida enquanto confiávamos nEle. Mesmo assim, Deus ainda conta conosco. Conhecer a Palavra pode nos levar a lugares que jamais imaginamos.


Pense Nisto
- Se alguém lhe perguntasse o que a Bíblia significa para você, o que você responderia? O que sua resposta diz sobre seu relacionamento atual com o Autor da Bíblia?

- Quais versos ou histórias da Bíblia causaram, de forma especial, maior impacto em você? Por quê?
De que maneira Jesus via a Bíblia? Mt 5:17-20; 12:3-8; 15:3-11; Jo 10:34-37; 17:14-19; Lc 24:44

Sempre que Cristo discutia com as autoridades religiosas, Ele não confiava na filosofia abstrata, nem na autoridade pessoal, mas nos ensinamentos das Escrituras. Não é assim que alguns professos cristãos têm agido. Crenças como a criação em seis dias, o Êxodo, até mesmo a ressurreição de Jesus e a literal segunda vinda de Cristo têm sido questionadas ou relegadas ao status de mito. As implicações para o discipulado são claras. Por que alguém daria sua vida por uma causa com base em nada além de mitos?

Falando a verdade com amor
"Na Palavra, o Salvador é revelado em toda a Sua beleza e amabilidade. Cada pessoa encontra conforto e consolo na Bíblia, que está cheia de promessas a respeito do que Deus fará por aquele que venha a ter comunhão direta com Ele. Especialmente o enfermo será confortado ao escutar a Palavra; pois, ao dar as Escrituras, Deus tem dado à raça humana uma folha da árvore da vida, que é para a cura das nações. Como pode qualquer pessoa que tenha lido as Escrituras ou que as tenha ouvido ler, perder seu interesse nas coisas celestiais e encontrar prazer nas distrações e encantos do mundo?" (Ellen G. White, SDA Bible Commentary, v. 5, p. 1134, 1135).

"Há uma grande verdade central, que sempre devemos conservar em mente, no estudo das Escrituras: Cristo, e Ele crucificado. Todas as demais verdades são revestidas de influência e poder correspondentes à sua relação com esse tema. Unicamente à luz da cruz podemos discernir o exaltado caráter da lei de Deus. A pessoa paralisada pelo pecado só pode ser dotada de vida mediante a obra efetuada na cruz, pelo Autor de nossa salvação" (Ellen G. White, Para Conhecê-Lo, p. 208).

"Muitas pessoas estão famintas do pão da vida. Seu clamor é: 'Dê-me pão; e não me dê uma pedra. É de pão que eu preciso.' Alimentem essas pessoas que perecem, que morrem de fome. Lembrem-se nossos pastores de que o alimento mais sólido não é para ser dado às crianças que não conhecem os rudimentos da verdade como nós a cremos. Em cada época o Senhor teve uma mensagem especial para o povo desse tempo. Assim, temos uma mensagem para o povo nesta era. Mas se bem que tenhamos muita coisa para dizer, podemos nos ver obrigados a reter algumas delas por algum tempo, porque as pessoas não estão preparadas para recebê-las agora" (Ellen G. White, Evangelismo, p. 200).

Pense Nisto
- Levando-se em conta que toda Escritura testifica de Jesus e que somos Seus discípulos, qual deve ser nossa motivação e objetivo ao buscar a Palavra de Deus? Por quê?

- Com base no terceiro parágrafo acima, como devemos nos aproximar de outros ao compartilhar as Escrituras? Como precisamos mudar alguns dos nossos métodos e por que é importante contextualizar nossa mensagem quando trabalhamos com indivíduos diferentes?

Leia Mateus 5:17-39. De que forma Cristo utilizava as Escrituras para o ministério público?

A religião cristocêntrica está enraizada na transformação do coração que leva a um comportamento ético. Ironicamente, alguns dos fariseus, em sua pressa para alcançar a perfeição moral, haviam evitado o relacionamento vivo com Deus. Jesus identificou essas deficiências e, para curá-las, Ele convidou os ouvintes a aceitá-Lo como Salvador e Mestre. Tendo Jesus como uma força controladora interna, as normas de comportamento não foram rebaixadas, mas elevadas. Tudo o que temos a fazer é ler o Sermão da Montanha para ver quão elevados são seus padrões morais.

Poder para a vida
Ao me sentar no banco do motorista e acionar a ignição, gotas de chuva escorriam da minha jaqueta. O motor deu sinal de vida, depois passou a um ronronar silencioso. Eu faria minha primeira viagem à cidade no meu carro novo. Estava tudo bem, até que o motor engasgou e morreu. Ao virar a chave repetidamente, senti que a bateria estava descarregada. Por que o carro tinha morrido tão de repente? Um mecânico descobriu que duas partes no alternador não estavam se conectando. A solução era simplesmente tocar o pedal do acelerador após dar partida no carro!

Isso me fez lembrar de Mateus 5:17-20. O que esse verso tem em comum com o problema do meu carro? Imagine que nossa experiência espiritual fosse como um motor bem ajustado. Damos partida no carro e tudo parece bem, mas a corrente elétrica não circula. Quando a bateria morre, o motor para, e aí surge a necessidade de um empurrão. Felizmente, o Mecânico Mestre tem uma resposta. É a mesma que Ele deu aos escribas e fariseus. Mateus 5:17-20 nos mostra a importância das Escrituras e da Lei, mas separadas de Jesus Cristo, as Escrituras não possuem vida por si mesmas. Elas não podem nos dar vida eterna.

Jesus veio cumprir a Lei e os Profetas, mas Ele disse que nossa justiça precisa exceder àquela dos escribas e fariseus. Eles guardavam a Lei tão bem, que ninguém podia superá-los. Quanto à justiça que há na Lei, eles eram inocentes. Mas só há um tipo de justiça que pode "exceder" a dos escribas e fariseus. Essa justiça é a de Cristo.

Imagine estas palavras sendo faladas a nós, hoje, com amor: "Vocês estudam cuidadosamente as Escrituras, porque pensam que nelas vocês têm a vida eterna. E são as Escrituras que testemunham a Meu respeito" (Jo 5:39).

Sim! Jesus Cristo é a conexão em nosso "alternador" espiritual que permite Sua corrente doadora de vida fluir do Céu para nosso coração. Sem essa corrente, nossa bateria espiritual morre. Ele não veio para remover parte alguma do "motor", que é a Sua lei. Ao contrário, Ele veio para completá-la com Seu poder doador de vida.
Leia João 13:18-20; Lucas 10:25-28; 24:13-32. Qual foi o papel das Escrituras segundo essas passagens? Que propósito Jesus tinha para citar esses versos? Qual foi o resultado desses encontros de pequenos grupos com as Escrituras?

Repetidamente, Cristo citava as Escrituras em conexão com Seus apelos ao discipulado. Isso sugere que a autoridade e a credibilidade de Jesus estavam nas Escrituras, e não apenas no carisma pessoal. Isso é visto especialmente na maneira pela qual Jesus usou as Escrituras quando dialogou com os dois discípulos no caminho de Emaús. A aparição dEle bastaria para alegrá-los, mas Ele queria que a fé deles fosse estabelecida sobre as verdades bíblicas.

Pense Nisto
- De que maneira o conceito de Cristo como sendo a Palavra de Deus encarnada pode afetar suas devoções pessoais?
- Pense em três formas pelas quais um relacionamento com Jesus pode ajudar você a compreender a Bíblia.

Compartilhando a Palavra
Talvez você conheça alguém que trabalhe dando estudos bíblicos e alimentando novos cristãos. Embora você respeite essa pessoa e fique impressionado com ela, talvez você não ache que dar estudos bíblicos seja a "sua praia". Tudo bem. O corpo de Cristo tem muitos membros, cada um com talentos diferentes. Como um todo, no entanto, nossa missão, como discípulos de Jesus, é representar o caráter de Deus como revelado nas Escrituras. E cabe a você descobrir de que forma você pode compartilhar a Palavra de Deus com outros.

Seja um discípulo ativo. Muitos cristãos são apáticos. Eles vão à igreja, mas ficam só nisso. Pedro e João nos mostram o que acontece quando levamos a religião a sério. No início de Atos 3, eles estavam indo para o templo a fim de orar. Veja: Antes que pudessem operar um milagre, Pedro e João buscaram a presença de Deus. Antes que possamos discipular outros, precisamos ser, nós mesmos, discípulos verdadeiros. "Gaste" diariamente um tempo com Deus e com Sua Palavra.

Transforme vidas. Como cristãos ativos, temos a oportunidade de mudar vidas. Quando o pedinte suplicou ajuda, Pedro e João não o ignoraram. Ao contrário, eles impactaram a vida dele para sempre. Esteja atento às necessidades das pessoas. Ore a Deus para que coloque pessoas em sua vida a quem você possa ajudar. Às vezes isso é tão simples como dizer uma palavra de ânimo a alguém. Outras vezes, envolve mais trabalho, mas suas ações podem impactar a vida daquelas pessoas para sempre. Quando as oportunidades surgirem, faça a diferença!

Compartilhe Jesus. Quando vidas são mudadas, as pessoas fazem perguntas. Após curar o homem coxo, Pedro e João compartilharam a história de Jesus – quem Ele era e como cumpriu as Escrituras. Quando as pessoas veem a diferença que você faz na vida delas e na de outros, perguntarão por quê. Então, depois de testemunhar por meio das suas ações, você terá a oportunidade de compartilhar Cristo por meio de Sua Palavra. Mas, para isso, você precisa conhecer a Bíblia e estudá-la diariamente.

Leia Mateus 12:15-21; Marcos 1:1-3; Atos 1:16-20; 3:22-24; Romanos 10:10. De que maneira os cristãos primitivos viam as Escrituras? Como esses textos nos ajudam em nosso relacionamento com a Bíblia?

Os primeiros escritores cristãos continuaram a prática de usar as Escrituras para autenticar a messianidade de Jesus de Nazaré. O próprio Jesus havia recorrido a esses escritos sagrados. Então, os discípulos de Cristo estavam fazendo o mesmo. Apelar à experiência pessoal, aos milagres e outros testemunhos em favor de Cristo era importante e tinha seu lugar. No entanto, nada podia substituir as Escrituras como a principal testemunha de Jesus. A consideração para com a revelação de Deus era evidente nos concílios da Igreja (At 15). Não seria muita tolice, especialmente no tempo do fim, ter uma atitude diferente para com a Bíblia?

Verdade x tradição

Infelizmente, é muito comum que as pessoas ignorem os significados profundos e eternos gravados nas Escrituras e os substituam por suas próprias interpretações. No Evangelho de Marcos, Jesus falou de pessoas que substituíam as Escrituras e ensinavam as "tradições dos homens" (Mc 7:8). Mas Ele foi claro quanto à autoridade da Palavra de Deus. Em Mateus 5:17, Cristo falou que Sua missão na Terra não era abolir a Lei, mas cumpri-la.

Apesar do significado claro e sólido desse verso, ainda existem pessoas que acreditam que a morte de Cristo aboliu a Lei, e que nós não mais estamos sujeitos a ela. Eles racionalizam que, por causa de Sua morte, estamos agora sob a graça e não mais temos necessidade dos Seus Dez Mandamentos. Também existem pessoas que vão para o outro extremo e creem que a única maneira de ganhar a salvação é guardando perfeitamente todos os Mandamentos.

Todas essas abordagens erram o alvo, que é Cristo. Ele apontou para a Lei e a cumpriu. Assim como muitos cristãos hoje interpretam mal a Escritura, os fariseus e saduceus erroneamente a interpretaram de forma bem parecida. Eles também fizeram vistas grossas às partes mais essenciais das Escrituras – as profecias que apontavam para Cristo. Desse modo, quando Jesus estava finalmente entre eles, não sabiam quem Ele realmente era. Não enxergaram Sua divindade por causa de sua cegueira. Poderíamos nós, hoje, sofrer daquela mesma cegueira?

Jesus viveu as Escrituras, ensinou as Escrituras e cumpriu as Escrituras. De maneira idêntica, somos chamados a viver em Jesus e descobrir mais sobre Ele por meio da Palavra de Deus que nos foi dada. Todos nós devemos, por meio de cuidadoso estudo das Escrituras e de quem é Cristo, fazer vistas grossas à tradição humana e fixar nossos olhos no que realmente importa: Jesus. Somente então, seremos verdadeiramente capazes de testemunhar dEle e mostrar aos outros quem Ele realmente é.

Pense Nisto
- Por que é que tantas pessoas não conseguem ver a simplicidade que há em Cristo e Sua verdade enraizada nas Escrituras?

- Como podemos nos guardar de cair na mesma armadilha de perder de vista Jesus e a Bíblia?
- Comece a escrever um caderno de oração (se você ainda não tem um). Escolha um dos Evangelhos, leia fervorosamente os versos e deixe o Espírito Santo falar a você por meio desses textos. Escreva os versos em vermelho e sua conversa com Deus de outra cor.

- Calcule a melhor escolha: Um centavo dobrado diariamente por um mês ou R$1.000,00 por dia por um mês. Faça a conta e analise a Grande Comissão (Mt 28:18-20) à luz da melhor alternativa matemática.

- Ore para que Deus lhe mostre cinco amigos específicos por quem você deverá orar e trabalhar nos próximos meses, a fim de que se tornem discípulos de Jesus.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A verdade sabedoria - Tiago 3.13-18


Existe entre vocês alguém que seja sábio e inteligente? Pois então que prove isso pelo seu bom comportamento e pelas suas ações, praticadas com humildade e sabedoria. Mas, se no coração de vocês existe inveja, amargura e egoísmo, então não mintam contra a verdade, gabando-se de serem sábios. Essa espécie de sabedoria não vem do céu; ela é deste mundo, é da nossa natureza humana e é diabólica. Pois, onde há inveja e egoísmo, há também confusão e todo tipo de coisas más. A sabedoria que vem do céu é antes de tudo pura; e é também pacífica, bondosa e amigável. Ela é cheia de misericórdia, produz uma colheita de boas ações, não trata os outros pela sua aparência e é livre de fingimento. Pois a bondade é a colheita produzida pelas sementes que foram plantas pelos que trabalham em favor da paz.

A vida dominada pelo Espírito Santo - Romanos 8.1-17

Agora já não existe nenhuma condenação para as pessoas que estão unidas com Cristo Jesus. Pois a lei do Espírito de Deus, que nos trouxe vida por estarmos unidos com Cristo Jesus, livrou você da lei do pecado e da morte. Deus fez o que a lei não pôde fazer porque a natureza humana era fraca. Deus condenou o pecado na natureza humana, enviando o seu próprio Filho, que veio na forma da nossa natureza pecaminosa a fim de acabar com o pecado. Deus dez isso para que as ordens justas da lei pudessem ser completamente cumpridas por nós, que vivemos de acordo com o Espírito de Deus e não de acordo com a natureza humana. Porque as pessoas que vivem de acordo com a natureza humana têm a sua mente controlada por mesma natureza. Mas as que vivem de acordo com o Espírito de Deus têm a sua mente controlada pelo Espírito. As pessoas que têm a mente controlada pela natureza humana acabarão morrendo espiritualmente; mas as que têm a mente controlada pelo Espírito de Deus terão a vida eterna e a paz. Por isso as pessoas que têm a mente controlada pela natureza humana se tornam inimigas de Deus, pois não obedecem à lei de Deus e, de fato, não podem obedecem a ele. As pessoas que vivem de acordo com a sua natureza humana não podem agradar a Deus.
Vocês, porém, não vivem como manda a natureza humana, mas como o Espírito de Deus quer, se é que o Espírito de Deus vive realmente em vocês. Quem não tem o Espírito de Cristo não pertence a ele. Mas, se Cristo vive em vocês, então, embora o corpo de vocês vá morrer por causa do pecado, o Espírito de Deus é vida para vocês porque vocês foram aceitos por Deus. Se em vocês vive o Espírito daquele que ressuscitou Jesus, então aquele que ressuscitou Jesus Cristo dará também vida ao corpo mortal de vocês, por meio do seu Espírito, que vive em vocês.Portanto, meus irmãos, nós temos uma obrigação, que é a de não vivermos de acordo com a nossa natureza humana. Portanto, se vocês viverem de acordo com a natureza humana, vocês morrerão espiritualmente; mas, se pelo Espírito de Deus vocês mataram as suas ações pecaminosas, vocês viverão espiritualmente. Pois aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque o Espírito que vocês receberam de Deus não torna vocês escravos e não faz com que tenham medo. Pelo contrário, o Espírito torna vocês filhos de Deus; e pelo poder do Espírito dizemos com fervor a Deus: "Pai, meu Pai!"O Espírito de Deus se une com o nosso espírito para afirmar que somos filhos de Deus. Nós somos seus filhos, e por isso receberemos as bênçãos que ele guarda para o seu povo, e também receberemos com Cristo aquilo que Deus tem guardado para ele. Porque, se tomamos parte nos sofrimentos de Cristo, também tomaremos parte na sua glória.

Unidos por meio de Cristo

Lembrem que vocês, os não judeus, eram chamados de incircuncidados pelos judeus, que chamam a si mesmos de circuncidados por praticar a circuncisão. Lembrem do que vocês eram no passado. Naquele tempo vocês estavam separados de Cristo; eram estrangeiros e não pertenciam ao povo escolhido de Deus. Não tinham parte nas suas alianças, que eram baseadas nas promessas de Deus para o seu povo. E neste mundo viviam sem esperança e sem Deus.
Mas agora, unidos com Cristo Jesus, vocês, que estavam longe de Deus, foram trazidos para perto dele pela morte de Cristo na cruz. Pois foi Cristo quem nos trouxe a paz, tornando os judeus e os não judeus um só povo. Por meio do sacrifício do seu corpo, ele derrubou o muro de inimizade que separava os judeus dos não judeus. Ele acabou com a lei, juntamente com os seus mandamentos e regulamentos; e dos dois povos formou um só povo, novo e unido com ele. Foi assim que ele trouxe a paz. Pela sua morte na cruz, Cristo destruiu a inimizade que havia entre os dois povos. Por meio da cruz, ele os uniu em um só corpo e os levou de volta para Deus. Assim Cristo veio e anunciou a todos a boa notícia de paz, tanto a vocês, os não judeus, que estavam longe de Deus, como aos judeus, que estavam perto dele. É por meio de Cristo que todos nós, judeus e não judeus, podemos ir, pelo poder de um só Espírito, até a presença do Pai.

Portanto, vocês, os não judeus, não são mais estrangeiros nem visitantes. Agora vocês são cidadãos que pertencem ao povo de Deus e são membros da família dele. Vocês são como um edifício e estão construídos sobre o alicerce que os apóstolos e os profetas colocaram. E a pedra fundamental desse edifício é o próprio Cristo Jesus. Ele mantém o edifício todo bem firme e faz com que cresça como um templo dedicado ao Senhor. Assim vocês também, unidos com Cristo, estão sendo construídos, junto com os outros, para se tornarem uma casa onde Deus vive por meio do seu Espírito.

Da morte para a vida

Antigamente, por terem desobedecido a Deus e por terem cometido pecados, vocês estavam espiritualmente mortos. Naquele tempo vocês seguiam o mau caminho deste mundo e faziam a vontade daquele que governa os poderes espirituais do espaço, o espírito que agora controla os que desobedecem a Deus. De fato, todos nós éramos como eles e vivíamos de acordo com a nossa natureza humana, fazendo o que o nosso corpo e a nossa mente queriam. Assim, porque somos seres humanos como os outros, nós também estávamos destinados a sofrer o castigo de Deus.
Mas a misericórdia de Deus é muito grande, e o seu amor por nós é tanto, que, quando estávamos espiritualmente mortos por causa da nossa desobediência, ele nos trouxe para a vida que temos em união com Cristo. Pela graça de Deus vocês são salvos. Por estarmos unidos com Cristo Jesus, Deus nos ressuscitou com ele para reinarmos com ele no mundo celestial. Deus fez isso para mostrar, em todos os tempos do futuro, a imensa grandeza da sua graça, que é nossa por meio do amor que ele nos mostrou por meio de Cristo Jesus.
Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus. A salvação não é o resultado dos esforços de vocês; portanto, ninguém pode se orgulhar de tê-la. Pois foi Deus quem nos fez o que somos agora; em nossa união com Cristo Jesus, ele nos criou para que fizéssemos as boas obras que ele já havia preparado para nós.

Oração de agradecimento

Por isso, desde que ouvi falar da fé que vocês têm no Senhor Jesus e do amor que vocês têm por todos os irmãos na fé, não paro de agradecer a Deus por causa de vocês. Eu sempre lembro de vocês nas minhas orações. E peço ao Deus do nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai glorioso, que dê a vocês o seu Espírito, o Espírito que os tornará sábios e revelará Deus a vocês, para que assim vocês o conheçam como devem conhecer. Peço que Deus abra a mente de vocês para que vejam a luz dele e conheçam a esperança para a qual ele os chamou. E também para que saibam como são maravilhosas as bênçãos que ele prometeu ao seu povo e como é grande o seu poder que age em nós, os que cremos nele. Esse poder que age em nós é a mesma força poderosa que ele usou quando ressuscitou Cristo e fez com que ele se sentasse ao seu lado direito no mundo celestial. Cristo reina sobre todos os governos celestiais, autoridades, forças e poderes. Ele tem um título que está acima de todos os títulos das autoridades que existem neste mundo e no mundo que há de vir. Deus colocou todas as coisas debaixo da autoridade de Cristo e deu Cristo à Igreja como o único Senhor de tudo. A Igreja é o corpo de Cristo; ela completa Cristo, o qual completa todas as coisas em todos os lugares.

Bênçãos espirituais

Agradeçamos ao Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, pois ele nos tem abençoado por estarmos unidos com Cristo, dando-nos todos os dons espirituais do mundo celestial. Antes da criação do mundo, Deus já nos havia escolhido para sermos dele por meio da nossa união com Cristo, a fim de pertencermos somente a Deus e nos apresentarmos diante dele sem culpa.
Por causa do seu amor por nós, Deus já havia resolvido que nos tornaria seus filhos, por meio de Jesus Cristo, pois este era o seu prazer e a sua vontade. Portanto, louvemos a Deus pela sua gloriosa graça, que ele nos deu gratuitamente por meio do seu querido Filho. Pois, pela morte de Cristo na cruz, nós somos libertados, isto é, os nossos pecados são perdoados. Como é maravilhosa a graça de Deus, que ele nos deu com tanta fartura!
Deus, em toda a sua sabedoria e entendimento, fez o que havia resolvido e nos revelou o plano secreto que tinha decidido realizar por meio de Cristo. Esse plano é unir, no tempo certo, debaixo da autoridade de Cristo, tudo o que existe no céu e na terra.
Todas as coisas são feitas de acordo com o plano e com a decisão de Deus. De acordo com a sua vontade e com aquilo que ele havia resolvido desde o princípio, Deus nos escolheu para sermos o seu povo, por meio da nossa união com Cristo. Portanto, digo que nós, que fomos os primeiros a pôr a nossa esperança em Cristo, louvemos a glória de Deus.

A mesma coisa aconteceu também com vocês. Quando ouviram a verdadeira mensagem, a boa notícia que trouxe para vocês a salvação, vocês creram em Cristo. E Deus pôs em vocês a sua marca de proprietário quando lhes deu o Espírito Santo, que ele havia prometido. O Espírito Santo é a garantia de que receberemos o que Deus prometeu ao seu povo, e isso nos dá a certeza de que Deus dará liberdade completa aos que são seus. Portanto, louvemos a sua glória.