sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Casamento - um antegozo do céu

O calor da verdadeira amizade e do amor que une o coração de marido e mulher é um antegozo do Céu.
Deus ordenou que houvesse perfeito amor e harmonia entre os que participam da relação matrimonial.
Que o noivo e a noiva, em presença do universo celestial, se comprometam amar-se mutuamente como Deus lhes ordenou que fizessem. — Nos Lugares Celestiais, 202.


Um antegozo do céu

O homem não foi feito para habitar na solidão; ele deveria ser um ente social. Sem companhia, as belas cenas e deleitosas ocupações do Éden teriam deixado de proporcionar perfeita felicidade. Mesmo a comunhão com os anjos não poderia satisfazer seu desejo de simpatia e companhia. Ninguém havia da mesma natureza para amar e ser amado.
O próprio Deus deu a Adão uma companheira. Proveu-lhe uma “adjutora” — ajudadora esta que lhe correspondesse — a qual estava em condições de ser sua companheira, e que poderia ser um com ele, em amor e simpatia. Eva foi criada de uma costela tirada do lado de Adão, significando que não o deveria dominar, como a cabeça, nem ser pisada sob os pés como se fosse inferior, mas estar a seu lado como seu igual, e ser amada e protegida por ele. Como parte do homem, osso de seus ossos, e carne de sua carne, era ela o seu segundo eu, mostrando isto a íntima união e apego afetivo que deve existir nesta relação. “Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta.” “Portanto deixará o varão a seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” Efésios 5:29; Gênesis 2:24.
Deus celebrou o primeiro casamento. Assim esta instituição tem como seu originador o Criador do Universo. “Venerado... seja o matrimônio” (Hebreus 13:4); foi esta uma das primeiras dádivas de Deus ao homem, e é uma das duas instituições que, depois da queda, Adão trouxe consigo de além das portas do Paraíso. Quando os princípios divinos são reconhecidos e obedecidos nesta relação, o casamento é uma bênção; preserva a pureza e felicidade do gênero humano, provê as necessidades sociais do homem, eleva a natureza física, intelectual e moral.
Então, ao unir o Criador as mãos do santo par em matrimônio, dizendo: Um homem “deixará o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á a sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gênesis 2:24), enunciou a lei do matrimônio para todos os filhos de Adão, até ao fim do tempo. Aquilo que o próprio Pai Eterno declarou bom, era a lei da mais elevada bênção e desenvolvimento para o homem.
Faça com que o namoro perdure através de seu casamento

Nem uma palavra deve ser proferida, nem uma ação praticada, que não queiram que os santos anjos contemplem e registrem nos livros do alto. Devem ter em vista unicamente a glória de Deus. O coração só deve ter afeição pura, santificada, digna dos seguidores de Jesus Cristo, exaltada em sua natureza, e mais celeste que terrena. Qualquer coisa diferente é aviltante, degradante no namoro; e o casamento não pode ser santo e honroso aos olhos de um Deus puro e santo, a menos que seja segundo os exaltados princípios escriturísticos.
Seria mais próprio deixar algumas horas do namoro antes do casamento para a vida de casados.

“Se o Senhor não edificar a casa”
Os que pensam em casar-se devem tomar em conta qual será o caráter e a influência do lar que vão fundar. Ao tornarem-se pais, é-lhes confiado um santo legado. Deles depende em grande medida o bem-estar dos filhos neste mundo e sua felicidade no mundo por vir. Determinam, em grande extensão, a imagem física e a moral que os pequeninos recebem. E da qualidade do lar depende a condição da sociedade; o peso da influência de cada família concorrerá para fazer subir ou descer o prato da balança.
A escolha do companheiro para a vida deve ser feita de molde a melhor assegurar, aos pais e aos filhos, a felicidade física, mental e espiritual — de sorte que habilite tanto os pais como os filhos a serem uma bênção aos semelhantes e uma honra ao Criador.
Jesus não começou Seu ministério por alguma grande obra perante o Sinédrio em Jerusalém. Numa reunião familiar, em pequenina vila galiléia, foi manifestado Seu poder para aumentar a alegria das bodas. Assim mostrou Sua simpatia para com os homens, e desejo de lhes proporcionar felicidade.
Aquele que deu Eva a Adão por companheira, operou Seu primeiro milagre numa festa de casamento. Na sala festiva em que amigos e parentes juntos se alegravam, Cristo começou Seu ministério público. Sancionou assim o matrimônio, reconhecendo-o como instituição por Ele mesmo estabelecida.
Unicamente a presença de Cristo pode tornar homens e mulheres felizes. Todas as águas comuns da vida, Cristo pode transformar em vinho do Céu. O lar se torna então como um Éden de bem-aventurança; a família, um belo símbolo da família no Céu.

Edson foi o segundo dos quatro filhos de Ellen White. Devido suas longas viagens e outras responsabilidades de sua vida atarefada, ela teve que se afastar de seus filhos. Uma grande coleção de cartas escritas para eles foram preservadas. A carta seguinte foi escrita para Edson e Ema, em 1870, pouco depois de seu casamento e retrata as esperanças e orações de uma mãe por um lar que acabara de se estabelecer. O conselho mostra o cuidado de uma mãe amorosa, mas tem sobre si a importância adicional de sua própria experiência em aceitar as mensagens divinas do Senhor através de visões.
Campmeeting Grounds
Clyde, Ohio
Setembro, 1870

Queridos Edson e Ema,
Vocês, meus filhos, entregaram o coração um ao outro; da mesma forma como o deram inteiramente e sem reservas a Deus. Em sua vida conjugal procurem animar um ao outro. Mostrem os nobres e elevados princípios da santa fé nas conversações diárias e na intimidade de sua vida. Sejam sempre zelosos e ternos pelos sentimentos um do outro. Não permitam nenhum tipo de zombaria, gracejo ou repreensão irônica entre vocês. Essas coisas são perigosas. Elas ferem. O ferimento pode ser encoberto, contudo a ferida existe, e a paz está sendo sacrificada e a felicidade ameaçada.
Meu filho, guarde-se e em nenhum momento manifeste a menor inclinação que lembre um espírito ditatorial e arbitrário. Haverá recompensa em cuidar de suas palavras antes de dizê-las. Isto será mais fácil do que retratá-las ou apagar sua impressão depois. Fale sempre bondosamente. Suavize os tons de sua voz. Permita que somente amor, bondade e mansidão sejam expressos em seu semblante e em sua voz. Faça disto uma atividade que difunda raios de luz, mas nunca permita que fique uma nuvem. Ema será tudo que você deseja, se for cauteloso e não lhe der nenhum motivo para sentir-se aflita, perturbada e duvidar da genuinidade de seu amor. Vocês próprios podem conquistar sua felicidade ou perdê-la. Através do esforço para sujeitar sua vida à Palavra de Deus, podem tornar correta, nobre, elevada e agradável a senda da vida um para o outro.
Estejam dispostos a ceder. Edson, ceda algumas vezes em seu julgamento. Não seja obstinado, mesmo se o seu procedimento lhe parecer sensato. Você deve ser complacente, paciente, bondoso, sensível, compassivo, educado, mantendo as pequenas cortesias da vida, os atos afetuosos, a ternura, as palavras cordiais e encorajadoras. Que as bênçãos de Deus repousem sobre vocês, meus filhos, é a oração de sua mãe.
Mamãe

O casamento é como o amor de Cristo por seu povo escolhido

Tanto no Velho como no Novo Testamentos, a relação matrimonial é empregada para representar a terna e sagrada união existente entre Cristo e Seu povo, os remidos a quem Ele comprou a preço do Calvário. “Não temas”, diz Ele; “porque o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos Exércitos é o Seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor.” “Convertei-vos, ó filhos rebeldes, diz o Senhor; porque Eu vos desposarei.” Isaías 54:4, 5; Jeremias 3:14. No Cântico dos Cânticos ouvimos a voz da esposa, dizendo: “O meu Amado é meu, e eu sou dEle.” E Aquele que é para ela “o primeiro entre dez mil”, fala a Sua escolhida: “Tu és toda formosa, amada Minha, e em ti não há mancha.” Cantares 2:16; 5:10; 4:7.

A vida conjugal é cada vez melhor

Homens e mulheres podem atingir o ideal de Deus a seu respeito, se tomarem a Cristo como seu ajudador. O que a sabedoria humana não pode fazer, Sua graça realizará pelos que a Ele se entregarem em amorosa confiança. Sua providência pode unir corações com laços de origem celestial. O amor não será mera troca de suaves e lisonjeiras palavras. O tear do Céu tece com trama e urdidura mais fina, não obstante mais firme do que se pode tecer nos teares da Terra. O resultado não é um tecido débil, mas sim capaz de resistir a fadigas e provas. Coração unir-se-á a coração nos áureos vínculos de um amor que é perdurável.
Amar como Cristo amou significa manifestar altruísmo, através de palavras bondosas e fisionomia prazenteira, em todos os momentos e em todos os lugares. Para aqueles que as outorgam não custa nada, porém deixam atrás de si uma fragrância que envolve a alma. Seu efeito nunca poderá ser estimado. São elas uma bênção, não apenas para quem as recebe, mas também para o doador, porque atuam sobre ele. Genuíno amor é um precioso atributo de origem celestial que aumenta em fragrância, à medida que é dispensado a outros.O amor de Cristo é profundo e ardente, fluindo como uma irreprimível torrente para todos que o aceitarem. Não há egoísmo em Seu amor. Nesse amor, nascido no Céu, há um princípio permanente no coração, e que se tornará conhecido não apenas para aqueles que consideramos mais queridos no relacionamento sagrado, mas para todos com quem entramos em contato. Ele nos levará a expressá-lo em pequenos atos de cortesia, a fazer concessões, a realizar ações de bondade, a falar palavras ternas, verdadeiras e encorajadoras. Levar-nos-á a simpatizar com aqueles cujo coração anseia por simpatia.

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