Este texto ensina que Deus, como o Doador de todos os nossos
benefícios, tem uma reivindicação sobre todos eles; que Seu pedido deve
ser nossa primeira consideração; e que uma bênção especial sobrevirá a
todo aquele que honrar esse pedido.
Aqui se estabelece um princípio que se vê em todo o trato de Deus
com os homens. O Senhor colocou nossos primeiros pais no Jardim do Éden.
Cercou-os de tudo aquilo que lhes poderia trazer felicidade, e lhes
ordenou que O reconhecessem como o possuidor de todas as coisas. Fez
crescer, no jardim, toda a árvore agradável à vista ou boa para comer;
mas, dentre elas, fez uma reserva. De todas as demais, Adão e Eva
poderiam comer livremente; mas, sobre essa única árvore, disse Deus:
“Dela não comerás.” Aí estava a prova de sua gratidão e lealdade a Deus.
Assim nos tem o Senhor comunicado as mais ricas bênçãos
celestiais, ao nos dar Jesus. Com Ele, nos tem dado desfrutar
abundantemente todas as coisas. Os produtos da terra, abundantes
colheitas, os tesouros de ouro e de prata, são dádivas Suas. Casas e
terras, o alimento e o vestuário, colocou-os na posse dos homens. Pede
que O reconheçamos como o Doador de todas as coisas; e, por essa razão,
diz: De todas as vossas posses reserva a décima parte para Mim, além das
dádivas e ofertas, que devem ser trazidas à casa do Meu tesouro. É essa
a provisão que Deus fez para levar avante a obra do evangelho.
Foi pelo próprio Senhor Jesus Cristo, que deu Sua vida pela vida
do mundo, que foi ideado o plano do dar sistemático. Aquele que deixou
as cortes reais, que Se despiu das honras de Comandante das hostes
celestes, que revestiu Sua divindade da humanidade para poder levantar a
raça caída; Aquele que por amor de nós Se fez pobre, para que pela Sua
pobreza enriquecêssemos, falou aos homens, e em Sua sabedoria lhes
contou o plano que tinha para a manutenção dos que levam Sua mensagem ao
mundo. — The Review and Herald, 4 de Fevereiro de 1902.
As reservas de tempo e de recursos de Deus — Usa-se a mesma linguagem quanto ao sábado que se usa na lei do dízimo: “O sétimo dia é o
sábado do Senhor teu Deus.” Não tem o homem o direito nem poder para
substituir o sétimo dia pelo primeiro. Poderá pretender fazê-lo,
“todavia o fundamento de Deus fica firme”. Os costumes e ensinos dos
homens não diminuirão as exigências da lei divina. Deus santificou o
sétimo dia. Essa porção específica de tempo, separada pelo próprio Deus
para culto religioso, continua hoje tão sagrada como quando pela
primeira vez foi santificada pelo nosso Criador.
De igual maneira, o dízimo de nossas rendas “santo é ao Senhor”. O
Novo Testamento não dá novamente a lei do dízimo, como também não dá a
do sábado; pois pressupõe a validade de ambos, e explica sua profunda
importância espiritual. [...] Enquanto nós como um povo estamos
procurando dar fielmente a Deus o tempo que Ele conservou como Seu, não
Lhe daremos também nós aquela parte de nossos meios que Ele exige? — The Review and Herald, 16 de Maio de 1882.
Tanto os bens como as rendas devem ser dizimados — Como
Abraão, devem dar o dízimo de tudo quanto possuem e de tudo o que
recebem. O dízimo fiel é a parte do Senhor. Retê-lo, é roubar a Deus.
Deve todo homem trazer livre, voluntária e alegremente os dízimos e
ofertas à casa do tesouro do Senhor, pois, em fazê-lo, há uma bênção.
Nenhuma segurança há em reter de Deus a parte que Lhe pertence. — Manuscrito 159, 1899.
Para cada dispensação — Tal
[referindo-se à experiência de Abraão e de Jacó ao dar o dízimo] era a
prática dos patriarcas e profetas antes do estabelecimento dos judeus
como nação. Mas quando Israel se tornou um povo distinto o Senhor lhe
deu definida instrução sobre esse ponto: “Todas as dízimas do campo, da
semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor: santas são ao
Senhor.” Essa lei não deveria caducar com as ordenanças e ofertas
sacrificais que tipificavam a Cristo. Enquanto Deus tiver um povo na
Terra, Suas reivindicações sobre eles serão as mesmas.
O dízimo de todas as nossas rendas é do Senhor. Reservou-o para
Si, para ser empregado em fins religiosos. Santo é. Nada menos que isso
aceitou Ele em qualquer dispensação. A negligência ou adiamento desse
dever, provocará o desagrado divino. Se todos os professos cristãos
trouxessem seus dízimos fielmente a Deus, Seu tesouro estaria cheio. — The Review and Herald, 16 de Maio de 1882.
Designado como uma grande bênção — O
sistema especial de dízimos baseia-se em um princípio tão duradouro
como a lei de Deus. Esse sistema foi uma bênção ao povo judeu, do
contrário o Senhor não lho haveria dado. Assim será igualmente uma
bênção aos que o observarem até ao fim do tempo. Nosso Pai celeste não
instituiu o plano da doação sistemática com o intuito de enriquecer-Se,
mas para que o mesmo fosse uma grande bênção ao homem. Viu que o referido sistema era exatamente o que o homem necessitava. — Testemunhos Seletos 1:385.
Nove décimos valem mais do que os dez — Têm-se
muitas pessoas apiedado da sorte do Israel de Deus ao ser compelido a
dar sistematicamente, além de dar, anualmente, ofertas liberais. Um Deus
todo-poderoso sabia melhor que sistema de beneficência estaria em
conformidade com a Sua providência, e deu a Seu povo instruções a esse
respeito. Sempre têm provado que nove décimos valem mais para eles do
que dez décimos. — Testimonies for the Church 3:546.
Acentuada diferença dos dias dos judeus — Devemos
fazer ao Senhor a primeira doação de todas as nossas receitas. No
sistema de beneficência ordenado aos judeus, ou deles se exigia que
levassem ao Senhor as primícias de todas as Suas dádivas, fosse aumento
de seus rebanhos e manadas como no produto dos campos, pomares ou
vinhedos, ou deveriam eles redimi-las, dando em substituição o
equivalente. Quão diversa é a ordem de coisas nos nossos dias! As
reivindicações e exigências do Senhor são deixadas para o fim, se é que
recebem alguma atenção. No entanto, nosso trabalho necessita de dez
vezes mais meios agora do que necessitavam os judeus.
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